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"Meu problema são os doces"


"Meu problema são os doces"

Você se identifica com essa frase? Sente vontade de comer doce toda hora, e quando come sente que não consegue se controlar?

É muito, mas muito comum escutarmos essa frase e nos depararmos com esse comportamento, dentro e fora do consultório. E geralmente ela vem acompanhada de um “eu tento me controlar, mas não consigo”, e de sentimentos recorrentes de culpa e fracasso.

Se você acredita que sua relação com os doces está disfuncional, saiba que tentar proibir e restringir o seu consumo não é o melhor caminho para lidar com essa questão, e vai apenas aumentar seu interesse por eles!

Alimentos proibidos são elevados a um valor extra especial em nossa mente e, quando em restrição, tudo o que queremos é aquilo que nos foi proibido. Por isso, essa privação só pode ser mantida por um determinado tempo, o que frequentemente leva a episódios de compulsão e consequentemente culpa, seguido da promessa de que da próxima vez seremos mais fortes, e seguimos nas tentativas frustradas de restrição. Esse ciclo tem nome: ciclo da restrição-compulsão, e não depende de força de vontade, é biológico.

Mas então, o que fazer? Ao meu ver, existem três pontos principais que podem estar relacionados:


1. Restrição energética ou de algum nutriente específico, como carboidrato.

O corpo, quando em privação de energia, nos manda mensagens muito fortes e claras de sua necessidade, fazendo com que tenhamos vontade de comer alimentos mais concentrados em energia e carboidratos (combustível para o cérebro), como doces.

Se esse é seu caso, experimente cessar as restrições e dar-se permissão para comer de forma equilibrada e na quantidade necessária para saciar sua fome, oferecendo ao seu corpo o que ele verdadeiramente precisa para executar suas funções.


2. Falta de satisfação nas refeições.

Quando comemos determinados alimentos somente porque acreditamos que são mais saudáveis, sem considerar aquilo que realmente gostamos, corremos o risco de terminar as refeições ainda insatisfeitos, com aquela sensação de que alguma coisa está faltando - e assim buscamos doces para compensar a falta de prazer.

Se esse é seu caso, experimente se permitir buscar refeições que lhe tragam mais prazer, busque aprimorar habilidades culinárias, vá aos restaurantes que você adora, coma os alimentos que você gosta. Uma alimentação saudável também precisa ser prazerosa!


3. Uso dos doces para lidar com emoções.

Às vezes, em resposta a alguma determinada emoção ou sentimento, buscamos alimentos específicos, como doces, para nos trazer conforto. Tudo bem se isso acontece de vez em quando, e com consciência de que estamos comendo por esse motivo e que apesar de nos sentirmos momentaneamente melhor, o doce não vai resolver a causa primária da situação. Porém, se isso acaba acontecendo com muita frequência, e se essa é a única maneira que você encontra para se confortar em situações difíceis, talvez seja necessário olhar para dentro e para as emoções com um pouco mais de atenção e gentileza, entender suas causas e a melhor forma de lidar com elas. Se esse é seu caso, acolha-se, peça ajuda, procure formas de lidar com esses sentimentos que não estejam relacionadas a comer.


Por fim, considerados os pontos acima, entenda que doces podem sim fazer parte de uma alimentação saudável, que eles são alimentos aos quais atribuímos muito significado e que nos trazem prazer. Faça as pazes com os doces, amplie sua consciência sobre os porquês e o como você os come e permita-se. Isso é ter uma boa relação com a comida!



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